27 de out. de 2009

relações parecem feitas para dar errado. Não, isso não representa um anti-romantismo ou uma dor de cotovelo. Querendo ou não, relações parecem feitas para dar errado.
Estabelecer um compromisso corresponde a estabelecer cobranças. Primeiro, a cobrança do outro, da pessoa amada, que, sensatamente, precisa se satisfazer. Depois, cobranças de si mesmo: não se sentir ideal, atencioso e suficientemente agradável. E aí, as relações começam a se mostrar como feitas para dar errado.
As cobranças, por sua vez, correspondem a apenas parte do problema do compromisso. São consequências do medo de perder. A posse, tal sentimento absurdo, reflete uma relação. Pessoas tornam-se donas e dominadas, tudo para estabelecer horários, nomes e metas de um sentimento simples. Quer dizer, o amor não é simples, mas é livre (ou deveria ser). Regras, obrigações e posse, portanto, contradizem o amor. Contradizem, contradizem, tanto, que o minguam.
Amor não precisa de lirismo, de presentes, de nome ou definição. Amor, ao se tornar relacionamento, torna-se também autoeforadestruição. O romantismo existe do nada, no nada. O amor, bem, é livre de matéria e de forma.

24 de out. de 2009

texto feito durante o movimento "FORA SARNEY"

Vivemos em um país onde políticos, os supostos representantes da ordem, da lei e da cidadania, vendem-se por pouco. Alguns transitam pelos partidos e alteram suas “ideologias” por umas notas na cueca. Outros, nem melhores nem piores, agem a favor do que discordam para se manterem fieis ao partido. Um, em especial, mostrou que considera o Senado sua própria empresa familiar.
José Sarney representa o incomum. Por meio de atos secretos e atitudes indiscretas, o ex-presidente da República nomeou familiares e amigos para diversos cargos do Senado. Apesar de Sarney jurar inocência, muitas são as provas e evidências de sua roubalheira política. O Estado de S. Paulo, por exemplo, tenta há meses publicar informações sobre uma tal “Operação Boi Barrica”. O jornal, porém, foi censurado e não pode mais tratar sobre esse assunto. Coincidência ou não, tal operação possivelmente apresenta provas contra o senador e seu clã.
A sujeira, no entanto, não se limita ao Senado, nem aos tempos atuais. O Maranhão, nicho político dos Sarneys, compõe a lista dos estados mais pobres do Brasil. A família do coronel, em contrapartida, compõe o quadro das mais ricas do país. Além disso, vale lembrar-se de Sarney como presidente da República, de seus cinco planos econômicos, da inflação e de suas três moedas. Não obstante todo o real fracasso, Sarney é a imagem do “sucesso brasileiro”: corrupto, coronel, péssimo político, pseudo-escritor e milionário.
José Ribamar (Beiramar, tanto faz), e agora? O país cansou das roubalheiras, das nomeações particulares. Então, por favor, dá o fora, Sarney!

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obs: apesar do texto representar um momento brasileiro de 2009, podemos considerá-lo atemporal no país. Basta trocar nomes e situações específicas....

aceitar para ser aceito

bom senso
sem bom senso
sen só
bom se só
se bo
sem bom senso
bom senso

20 de out. de 2009

momento metalinguístico

palavras soltas, quando bem selecionadas, arrasam. a confusão emocional (expressa pelo conteúdo e pela forma) de um texto atrai. divagar é bom. divagar com lápis é melhor ainda. grandes visões dependem do cérebro que vê. textos surpreendentes dependem da mente que se liberta.
estranhei-me
pra variar
no meio da busca
inevitável e interminável
do que ser

indentifiquei-me
por diversas vezes
nos vazios da falta

perco-me
cansada de aceitar o sou