28 de mai. de 2010

e agora?

continuo intrigada com a continuidade.
queria perguntar pra freud: como que fica a pessoa que não sabe lá qual é seu grande outro, seu grande objeto (ou qualquer definição inventada).
pessoa que vive a insatisfação de ser sem cordão umbilical, mas não dá conta de encontrar meios de se preencher.
pessoa que já não grita pela mãe, não chora pelos amigos, nem aproxima o mundo pela palavras.
pessoa que vive, vive fingindo não olhar muito para os lados, porque sabe que assim as chances são maiores de ser feliz, de ser estática.
pessoa que inventa pequenas satisfações para se manter normal, mesmo sabendo que nunca vai ser capaz de considerar um grande desejo. ela sabe que o grande desejo é inalcançável, mas bem que ela queria, ao menos, ter a experiência frustrada de tentar alcançá-lo.
bem, roubaram o carretel.

nós

certas coisas não se explicam. nem por palavras, imagens, nem mesmo por música. certas coisas se entranham, estranhas quando fora de mim.
ser é triste, Ser não é sem limitações.
Ser depende do outro... e outros sempre decepcionam.
definir-se, ato falho. mudanças são as únicas coisas imutáveis: estão sempre presentes.
angústias, porque ninguém é enquanto vivo, sozinho ou acompanhado. completude mesmo, só sob o peso da terra. ser completo é privar-se de vida.
viver, então, tão leve e insustentável (desculpa, kundera). existir é vazio com ânsia de um preenchimento inexistente.

esse texto; pesado, feio e, mesmo assim, um vácuo.

17 de mai. de 2010

correria dia.ria

esquecer que existem músicas para sentir. filmes para tocar. emoções para se cheirar. pensamentos para guardar, amaciar, renovar. palavras para vomitar.
rotina oca, imensa de nada. essa é minha desculpa pra andar tão vazia feito novela da 7.