27 de out. de 2009

relações parecem feitas para dar errado. Não, isso não representa um anti-romantismo ou uma dor de cotovelo. Querendo ou não, relações parecem feitas para dar errado.
Estabelecer um compromisso corresponde a estabelecer cobranças. Primeiro, a cobrança do outro, da pessoa amada, que, sensatamente, precisa se satisfazer. Depois, cobranças de si mesmo: não se sentir ideal, atencioso e suficientemente agradável. E aí, as relações começam a se mostrar como feitas para dar errado.
As cobranças, por sua vez, correspondem a apenas parte do problema do compromisso. São consequências do medo de perder. A posse, tal sentimento absurdo, reflete uma relação. Pessoas tornam-se donas e dominadas, tudo para estabelecer horários, nomes e metas de um sentimento simples. Quer dizer, o amor não é simples, mas é livre (ou deveria ser). Regras, obrigações e posse, portanto, contradizem o amor. Contradizem, contradizem, tanto, que o minguam.
Amor não precisa de lirismo, de presentes, de nome ou definição. Amor, ao se tornar relacionamento, torna-se também autoeforadestruição. O romantismo existe do nada, no nada. O amor, bem, é livre de matéria e de forma.

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