20 de dez. de 2009

O terceiro mandato de Lula

Política no Brasil, assim como muitas outras coisas, mostra-se diferente da do resto do mundo. Mantivemos a autocracia, logicamente que disfarçada por medidas e preceitos democráticos. Continuamos votando em pessoas, em somente imagens. O governo é o homem, não suas estruturas, seus partidos e seus cidadãos. Se vamos mal, a culpa é do homem (e seus ajudantes). Se vamos bem, o mérito fica apenas para ele também.
Em um passeio pela história da maior parte do último século, do Brasil "pós" oligarquias: quem lembra da UDN? Mas, como é possível esquecer ou não saber quem são figuras como Jânio Quadros e Carlos Lacerda? Alguém sabe os nomes dos partidos de Vargas? Melhor, Collor montou um partido só para poder se eleger a presidência! E lá retornamos para a pergunta, o governo brasileiro monta-se por ideologias ou por interesses pessoais?
Atualidade: odeia-se o PT, idealiza-se o Lula. O PT, na verdade, só não é tão odiado por causa do Lula, fato. O homem posicionou o partido acima dos escândalos de corrupção (que não foram poucos), acima das falhas administrativas, acima dos pecados governamentais esperados e dos surreais até mesmo para a realidade brasileira. Agora, o homem tenta eleger Dilma Roussef.
A "mãe do PAC" surgiu do nada na mídia política, embelezou-se do nada, tornou-se capa de revista do nada, apresentou-se do nada como braço direito do presidente e, do nada, é a candidata à sucessão de Lula. Do nada para tudo. O pior é que ela promete. Promete como possível eleita, não por sua história ou experiência política, contudo, por simplismente ter o apoio de Lula, o filho do Brasil.
Lula (ou o seu acessor de imprensa, mais provavelmente) sabe que uma imagem vale mais que mil partidos. Dessa forma, iniciou-se uma campanha central em que Dilma apresenta-se como a candidata que Lula quer e, portanto, que o povo deve querer. A estrelinha do PT, enquanto isso, fica escondinha nos cantos da propaganda. Subentende-se, cada vez mais, que Dilma é o terceiro mandato de Lula, por que não? É Constitucional, está legal.
Filho do Brasil, amigo do povo, pai dos pobres... tanto faz. PT, PSDB, DEM, PMDB... tanto faz. As briguinhas políticas, no fundo, servem apenas para disfarçar, para nos dar a sensação de viver numa democracia pluripartidária.

ps: texto motivado pelas propagandas descaradas do PT, ainda fora do período constitucional para propaganda eleitoral...

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